“Novo” projecto da quadruplicação não convence Vila Franca e Alhandra

A quadruplicação da linha-férrea entre Alverca e a Castanheira voltou a estar em discussão numa reunião extraordinária da Câmara de Vila Franca de Xira, que se realizou no final da tarde de terça-feira. A Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou uma nova versão do projecto, considerando que “minimiza” os impactos no interior da cidade de Vila Franca de Xira e da vila de Alhandra.
Mas a grande maioria dos munícipes que participaram não aceitam as propostas da IP, reclamam o estudo de verdadeiras alternativas e acusam a empresa pública de esquecer a vida das pessoas. Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, explicou que este projecto segue, agora, para avaliação de impacte ambiental e que, se tiver parecer favorável, avançará no segundo trimestre de 2026 para concurso de execução e, em 2027, para obras.
Se for “chumbado” na avaliação ambiental, a IP terá que voltar ao início e “procurar” outras alternativas, mas Carlos Fernandes reafirmou que a solução em túnel “não é viável” em Vila Franca de Xira. Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, começou por admitir que uma obra desta dimensão causa necessariamente impactes, mas que depois de três tomadas de posição e muitas reuniões técnicas, “conseguimos que a IP melhorasse o seu projecto, resolvendo parte das principais preocupações dos vila-franquenses e dos alhandrenses”, referiu o edil, sugerindo que este ainda não é o projecto final e que haverá mais algumas melhorias a fazer.
O autarca do PS realçou “evoluções” relativamente ao primeiro projecto como o compromisso da IP de construção de um jardim ribeirinho de 5 mil metros quadrados a sul da biblioteca Fábrica das Palavras, para compensar os 1800 metros quadrados que serão cortados no actual Jardim Municipal Constantino Palha. E destacou, também, o novo desenho da nova estação prevista para Vila Franca, que poderá ter um jardim na sua cobertura, que fará a ligação entre o centro da cidade e o Jardim Constantino Palha.
Já Mário Correia, membro do Movimento de Defesa de Vila Franca e Alhandra, observou que “este projecto é igual ao que já conhecíamos, não traz alteração nenhuma. Está tudo muito lindo, mas esquecem-se das pessoas. Como é que as pessoas vão ultrapassar estas barreiras, quando põem tudo com passagens aéreas. Só ouvimos falar de carros e de comboios, mas ninguém fala da vida das pessoas”, criticou, considerando que a Avenida Afonso de Albuquerque de Alhandra não pode ficar reduzida a uma faixa e a um sentido de circulação.
“Vocês vêem o projecto que estão a criar. E nós vemos o desastre em cima das nossas terras”, sustentou, por seu turno, Olinda Lambuça, lembrando que os elevadores das passagens superiores estão constantemente avariados e que as pessoas deixarão de ter condições de acesso à frente ribeirinha do Tejo.
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